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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Deslumbrante Travessia dos Lagos-1

Ainda estava escuro quando tomamos um taxi para a Praça de Armas onde se situa o escritório da companhia Cruce Andino, para iniciar a " Travessia dos Lagos", o circuito que nos levaria de Puerto Montt, no Chile, a Bariloche, na Argentina.

Já estávamos de posse de nossas passagens que, por sinal,tinham sido adquiridas com mais de um mês de antecedência, lá mesmo em João Pessoa, graças à Internet. O suíço Ricardo Roth, criador do circuito CRUCE DE LAGOS, jamais imaginaria que pessoas de vários lugares do mundo pudessem adquirir passagens da " travessia" dessa forma. Em 1913, ano da viagem inaugural deste circuito, que se transformaria em um dos mais belos passeios que uma pessoa pode fazer, isso era impensável. Por falar em Ricardo Roth vale anotar que, além da criação da fantástica travessia - que é uma referência a um percurso comercial de mais de 400 anos realizado pelos índios huilliches e, anos mais tarde, por padres jesuítas - ele realizou outras façanhas. Percorreu a Patagônia a cavalo, numa época em que a região era pouco conhecida e foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque nacional chileno, o Parque Nacional Vicente Perez Rosales.
Abri o folheto que trazia no bolso. Informava que a viagem é realizada em 7 etapas. São 4 etapas em ônibus e 3 etapas realizadas em barcos. A viagem pode ser feita em um único dia, ou em dois dias, com pernoite em um pequeno lugarejo chamado Peulla. Nós optamos por fazer a viagem em um só dia.

A estrada para Puerto Varas naquela manhã apresentava pouca visibilidade pois um espesso nevoeiro tomava conta de tudo. Em Puerto Varas, deixamos a van e apanhamos um ônibus que nos levaria até Petrohué, destino da primeira etapa da nossa viagem. O percurso tem 76 km, desde Puerto Montt. Segue por uma estrada asfaltada, beirando o lago Lanquihue, até o lugarejo encrustado no admirável Parque Nacional Vicente Perez Rosales. No caminho paramos para apreciar as famosas quedas do rio Petrohué, cujo acesso é feito a pé, por um caminho muito bonito, aberto logo depois da bilheteria do parque, que leva, a passarelas sobre o rio.

O Parque Nacional Vicente Perez Rosales foi criado em 1926, sendo o mais antigo do Chile. Situado na Província de Lhanquihue, Região dos Lagos,tem uma área de 253.780 hectares e, em seu interior pode ser verificado locais com altitudes variadas: a partir de 50 metros até a impressionante altitude de 3.491 metros.
O rio corre por um leito de rochas negras que provavelmente é de origem vulcânica e as suas águas são de uma cor esverdeada, formando um lindo espetáculo, naquela paisagem fantástica, com a presença abundante da vegetação nativa com predominância de árvores imensas.










Depois voltamos ao ônibus e o guia que, além de falar espanhol e inglês, também falava português, nos explicou que seguiríamos um pouco mais adiante para embarcarmos no primeiro catamaran.

Cumprida a primeira etapa da travessia, chegamos ao Lago Todos Los Santos, conhecido também por Lago Esmeralda, graças a cor esverdeada de suas águas. Debaixo de uma chuva fina e fria corremos para entrar no catamaran que nos acolheu aquecido por seu sistema de calefação, o que foi muito agradável naquele momento em que lá fora fazia muito frio, acentuado pela presença de um insistente vento cortante.

O catamaran tem uma navegação suave e os motores são silenciosos. A paisagem é maravilhosa com as montanhas se erguendo majestosas às margens do lago. Essa etapa da travessia é marcante não só pela beleza do Lago Todos Los Santos, como pela própria navegação no catamaran El Condor.

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