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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Deslumbrante Travessia dos Lagos-1

Ainda estava escuro quando tomamos um taxi para a Praça de Armas onde se situa o escritório da companhia Cruce Andino, para iniciar a " Travessia dos Lagos", o circuito que nos levaria de Puerto Montt, no Chile, a Bariloche, na Argentina.

Já estávamos de posse de nossas passagens que, por sinal,tinham sido adquiridas com mais de um mês de antecedência, lá mesmo em João Pessoa, graças à Internet. O suíço Ricardo Roth, criador do circuito CRUCE DE LAGOS, jamais imaginaria que pessoas de vários lugares do mundo pudessem adquirir passagens da " travessia" dessa forma. Em 1913, ano da viagem inaugural deste circuito, que se transformaria em um dos mais belos passeios que uma pessoa pode fazer, isso era impensável. Por falar em Ricardo Roth vale anotar que, além da criação da fantástica travessia - que é uma referência a um percurso comercial de mais de 400 anos realizado pelos índios huilliches e, anos mais tarde, por padres jesuítas - ele realizou outras façanhas. Percorreu a Patagônia a cavalo, numa época em que a região era pouco conhecida e foi um dos responsáveis pela criação do primeiro parque nacional chileno, o Parque Nacional Vicente Perez Rosales.
Abri o folheto que trazia no bolso. Informava que a viagem é realizada em 7 etapas. São 4 etapas em ônibus e 3 etapas realizadas em barcos. A viagem pode ser feita em um único dia, ou em dois dias, com pernoite em um pequeno lugarejo chamado Peulla. Nós optamos por fazer a viagem em um só dia.

A estrada para Puerto Varas naquela manhã apresentava pouca visibilidade pois um espesso nevoeiro tomava conta de tudo. Em Puerto Varas, deixamos a van e apanhamos um ônibus que nos levaria até Petrohué, destino da primeira etapa da nossa viagem. O percurso tem 76 km, desde Puerto Montt. Segue por uma estrada asfaltada, beirando o lago Lanquihue, até o lugarejo encrustado no admirável Parque Nacional Vicente Perez Rosales. No caminho paramos para apreciar as famosas quedas do rio Petrohué, cujo acesso é feito a pé, por um caminho muito bonito, aberto logo depois da bilheteria do parque, que leva, a passarelas sobre o rio.

O Parque Nacional Vicente Perez Rosales foi criado em 1926, sendo o mais antigo do Chile. Situado na Província de Lhanquihue, Região dos Lagos,tem uma área de 253.780 hectares e, em seu interior pode ser verificado locais com altitudes variadas: a partir de 50 metros até a impressionante altitude de 3.491 metros.
O rio corre por um leito de rochas negras que provavelmente é de origem vulcânica e as suas águas são de uma cor esverdeada, formando um lindo espetáculo, naquela paisagem fantástica, com a presença abundante da vegetação nativa com predominância de árvores imensas.










Depois voltamos ao ônibus e o guia que, além de falar espanhol e inglês, também falava português, nos explicou que seguiríamos um pouco mais adiante para embarcarmos no primeiro catamaran.

Cumprida a primeira etapa da travessia, chegamos ao Lago Todos Los Santos, conhecido também por Lago Esmeralda, graças a cor esverdeada de suas águas. Debaixo de uma chuva fina e fria corremos para entrar no catamaran que nos acolheu aquecido por seu sistema de calefação, o que foi muito agradável naquele momento em que lá fora fazia muito frio, acentuado pela presença de um insistente vento cortante.

O catamaran tem uma navegação suave e os motores são silenciosos. A paisagem é maravilhosa com as montanhas se erguendo majestosas às margens do lago. Essa etapa da travessia é marcante não só pela beleza do Lago Todos Los Santos, como pela própria navegação no catamaran El Condor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

UMA TARDE EM PUERTO VARAS,CHILE

Na tarde do primeiro dia em que chegamos em Puerto Montt, tomamos um ônibus de linha e fomos conhecer Puerto Varas que se situa a 20 km de Puerto Montt, às margens do Lago Lhanquiheur,o segundo maior lago do Chile e o terceiro maior lago natural da América do Sul.
A cidade de Puerto Varas foi chamada assim em homenagem a Antonio Varas de la Barra (13 de junho de 1817 - 05 de junho de 1886), um proeminente estadista chileno. Político conservador, atuou várias vezes como ministro e teve um importante papel como um dos mentores da colonização do sul do Chile.
A cidade foi fundada na época da colonização como centro da navegação lacustre e porto de saída do comercio do lago para Puerto Montt.Conhecida como a "ciudad de las rosas", graças a abundância de rosas que ornamentam essa linda e pequena cidade turística,possui muitos hotéis e restaurantes onde são servidos pratos típicos da culinária da patagônia chilena.
O ônibus de linha, que tomamos, é pequeno e muito antigo, porém confortável e transmite para nós turistas encantados com a beleza das paisagens, um toque, digamos assim, romântico, graças as cores vivas dos assentos, a música em língua espanhola que embala a viagem, saída de um toca-fita histórico manejado, vez ou outra, pelo motorista e da hospitalidade dos passageiros nativos que são muito atenciosos conosco. A foto acima mostra Clarinha e eu na praça principal da cidade e registra um dos primeiros momentos após nossa chegada à Puerto Varas.
Ao continuar nossa caminhada pela praça chamou nossa atenção a beleza do lugar A paisagem do lago, ao longe as montanhas, com o perfil do vulcão Osorno, que se situa, ali bempertinho, a 60 km, e tem 2.661 metros de altura em relação ao nível do mar. Passamos em frente ao famoso cassino da cidade que a foto abaixo registra.


Vale a pena conhecer também em Puerto Varas, o Museu Antonio Felmer, o Mercado de Peixes e a Feirinha de Artesanatos.

domingo, 12 de junho de 2011

CAMINHADA EM PUERTO MONTT, CHILE

Concluída nossa permanência em Santiago, embarcamos no ônibus leito da companhia Pullman com destino a Puerto Montt, distante 1.016 km ao sul da capital do Chile. O embarque foi no Terminal Alameda que estava muito movimentado e o ônibus - pudemos observar, era novo e de fabricação brasileira, composto por dois andares- saiu pontualmente às 19:00 horas. Foi servido, pelo comissário de bordo, um prato quente, a título de jantar. O serviço de bordo continuou com oferecimento de água e sucos. Depois, a luz do salão foi apagada para que os passageiros pudessem dormir. Clarinha e eu logo " pegamos" no sono. Eu acordei na madrugada do dia seguinte quando o ônibus estacionou em uma rodoviária de uma cidadezinha situada no caminho para Puerto Montt e pude avistar, ao longe, a silhueta do vulcão Osorno. No Chile há mais de dois mil vulcões. A maioria se encontra inativo, mas perto de uma centena deles, apresenta sinais de atividade. Ali perto de onde estavamos se situa o vulcão Puheuei que entrou em forte erupção logo após o terremoto de 1960 que atingiu o Chile que, por sinal, é considerado o maior terremoto que se tem notícia no mundo inteiro, pois atingiu a marca de 9,5 graus na escala Richter.
O ônibus estacionou na rodoviária de uma pequena cidade, para embarque de alguns passageiros e, logo em seguida, continou viagem. Quando o relógio marcava 06:50, na manhã nevoenta daquele dia, chegamos em Puerto Montt. O lugar era mais frio que Santiago. Naquela ocasião, estava particularmente frio, com o termômetro marcando 6º gráus. Fomos tomar um café quente no restaurante da rodoviária e,depois, como a nossa bagagem era muito pouca, apenas duas pequenas malas, fácil de conduzir, decidimos ir para o nosso hotel, a pé. No caminho registramos em foto uma pequena praça, pitoresca, no centro de Puerto Montt, onde se destaca sinalização indicativa de vários locais. ( Esta foto ao lado). Puerto Montt tem uma população de pouco mais de 200 mil habitantes. É a capital da Província de Llanquihue e da X Região.
A cidade localiza-se junto à Enseada de Reloncaví, uma baía protegida na costa sul chilena. Faz parte de uma ligação natural com as regiões de Aisén del General Carlos Ibáñez del Campo (XI Região) e de Magallanes (XII Região). Por sua localização estratégica, esta cidade constitui o ponto de partida para o deslocamento até os lugares e atrações turísticas do sul em geral, e ademais é um porto marítimo com as regiões mais austrais, e o seu aeroporto internacional "El Tepual", a liga com os principais terminais aéreos do país. As principais rodovias que cruzam a comuna são a Ruta 5-CH (Rodovia Pan-americana), a Ruta CH-7 (Carretera Austral) e a Ruta CH-226.
A região de Puerto Montt é repleta de lagos, baias, enseadas, etc. Existe uma outra cidade muito procurada na área que fica próximo a Puerto Montt, chamada Puerto Varas, que se situa à beira do Lago Llanquihue.
Puerto Montt é um porto marítimo, do Pacífico, Puerto Varas é um porto lacustre, do Lago Llanquihue.
À tarde fomos visitar a feira regional montada em um galpão no centro da cidade. Na entrada tem um "banner", anunciando: Sabores Junto al Lago. (Conforme mostra a foto ao lado).


Esta outra foto mostra uma rua típica do centro da cidade, perto do lago.
Dormimos uma noite em um apart-hotel que se revelou bem confortável mas a outra noite decidimos dormir numa casa típica,perto da Rodoviária, em um quarto alugado. Não tinha aquecedor, mas o frio foi afastado graças a um edredon, bem grosso. Para nossa alegria, uma boa surpresa: o chuveiro do banheiro compartilhado que ficava no corredor possuia água quente. Esta hospedagem, um tanto quanto precária, valeu como experiência.
A seguir apresentamos alguns destaques de Puerto Montt:
PLAZA DE ARMAS
Denominada com o nome de "Buenaventura Martínez", em homenagem ao co-fundador da cidade,nasceu com os primeiros traçados das ruas, isso em 1852.
Um ano depois, Vicente Pérez Rosales, juntamente com Miguel Sevilla, o pároco da cidade e alguns colonizadores alemães, a escolheu para local de fundação de Puerto Montt.
A atual plaza de armas, chamada Manuel Irarrázabal, é o resultado de quatro reformas que sofreu ao longo desses anos e se constituiu em uma primeira praça pública com jardim que se tem notícia no Chile.
dibujo1CATEDRAL
Totalmente construida en madeira de Alerce, a Catedral foi erigida en 1856, inspirada no Partenón de Atenas.
Em um de seus pilares está a pedra de fundação de Puerto Montt. Em seu interior se encontra, adornada com com diversas " cintas de colores",a ata de promulgação da cidade que Vicente Pérez Rosales , em 1853,guardou.
Anexa ao prédio da Catedral se encontra a Capela San Francisco de Sales,estrutura de estilo gótico que tem lindos murais.

dibujo2MONUMENTO À COLONIZAÇÃO ALEMÃ
Réplica de de um monumento original erguido em 1977 para comemorar os 125 anos da chegada dos primeiros colonos alemães em 1852. O monumento representa uma familia de imigrantes germânicos e simboliza o esforço e a determinação dos primeiros colonizadores.

No segundo dia de nossa permanência em Puerto Montt fomos almoçar em Algemo. Pedimos um prato tipico chamado Marinada, que é uma espécie de sopa quente com vários ingredientes provenientes do mar, como polvo, mariscos, moluscos, caranguejos, etc. A foto abaixo mostra a rua principal de Angelmo, em Puerto Montt, vendo-se Clarinha que acabara de comprar uma manta feita de pele de lhama em uma das lojas de artesanato do lugar.

Valparaíso e Viña del Mar

Pontualmente às 7:30 horas do dia 29 de março, terça-feira, chegou o guia para nos apanhar no hotel.
- Mi nombre es Juan.- disse informando que nos levaria para o nosso passeio.
Entramos na van e ele dirigia. Éramos só nós.São 132 km e o tempo previsto de viagem é de duas horas e trinta minutos para Valparaíso. Seguimos pela Ruta 68 que está bem conservada e tem pedágios. A vista da estrada era muito agradável, com vários campos e paisagens rurais. Passamos pela região chamada Curacavi, que se destaca pelas plantações de abacate, fruta que é muito consumida na culinária chilena. A foto ao lado mostra algumas árvores , de um lado e de outro da estrada, como a chamar a atenção para a importância que a agricultura tem na economia chilena que contribui com cerca de 35% para a formação do PIB. Essa região também é conhecida pela fabricação de um tipo de vinho doce, conhecido por " Chicha".
Fizemos uma pequena parada no caminho para tomarmos um café em um local bem pitoresco chamado Millahue, que produz o pão amassado, tipico da região.
O dia estava muito frio, apesar disso fomos andar um pouco pelo local e descobrimos que lá havia uma Lhama, criada em um cercado. O animal chamou a nossa atenção pelo seu exotismo e por ser muito dócil.
Continuamos nossa viagem.Em Casablanca paramos para conhecer os vinhedos da famosa marca Concha y Toro. Depois Juan nos levou com a van por uma estrada secundária que subia a montanha e que permitia descortinar um visual magnífico do vale, que está registrado na foto abaixo.

Descemos da van para apreciar melhor a paisagem e providenciar algumas fotos, depois, ao voltarmos para a van e continuar viagem, perguntei a Juan sobre uma característica do Chile que é o risco de conviver com terremotos.

-Ontem houve alguns abalos.- Juan, falou.- Não sei se vocês sentiram. Aqui a gente chama abalos aos tremores que se caracterizam por serem menores do que 5 na escala Richter.
- Eu senti a cama do quarto do hotel balançar um pouco. Na ocasião achei que teria sido o colchão que é muito macio. Mas agora, ao você falar sobre isso, acho que pode ter sido consequência do abalo.


Chegamos a Valparaíso e Juan estacionou a van em um local próprio no centro da cidade e combinamos que teríamos cerca de 30 minutos para conhecer aquela área. Caminhamos em direção a um pequeno atracadouro situado perto de uma feira de artesanatos. Depois fomos ao outro lado da praça. A foto ao lado mostra uma rua tipica da cidade, com suas casas de madeira e suas ruas, enladeiradas. Passamos por esta rua quando fomos o Museu da Municipalidade de Valparaíso. Situado em uma elevação perto do Centro, o acesso pode ser feito por um antigo funicular, " El Peral ". Juan nos deixou alí na estação para subirmos nesse funicular e combinamos nos encontrar no estacionamento do museu, para onde ele levou a van.
Chamou a nossa atenção o prédio suntuoso do museu que se situa no Cerro Alegre de Valparaíso e permite descortinar um visual magnifico da cidade. O prédio pertenceu a um emigrante Croata de nome Pascual Baburizza, que fez fortuna explorando salitre, uma das riquezas naturais do Chile. Ao morrer, aos 66 anos, Baburizza, que não tinha herdeiros diretos, deixou para o município, como doação, a sua residência que, hoje, abriga o museu.

A Casa de Pablo Neruda - La Chascona

Pablo Neruda (Neftalí Ricardo Reyes Basoalto),em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona". A casa foi uma de suas três casas no Chile, as outras estão em Isla Negra e Valparaíso. "La Chascona" atualmente é um museu com objetos de Neruda e vale a pena ser visitada. Fomos a pé. Fica próximo do Cerro San Cristóbal.
Pablo Neruda,poeta, escritor, político e diplomata, foi uma das maiores expressões intelectuais do chile. Morreu aos 69 anos, vitima de câncer de próstata.
Pablo Neruda é considerado um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX. Nasceu em Parral (Chile) no dia 12 de Julho de 1904, filho de José del Carmen Reyes Morales, operário ferroviário, e dona Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha um mês de vida. Cônsul do Chile na Espanha (1934-1938) e no México, eleito senador em 1945, foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeira fase são inspiradas por uma angústia altamente romântica. Passou por uma fase surrealista. Tornou-se marxista e revolucionário, sendo, primeiramente, a voz angustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções latino-americanas. Faleceu em Santiago (Chile) no dia 23 de Setembro de 1973.

EM SANTIAGO UMA NOITE NO BALI HAI

Naquela noite fomos ao Restaurante Bali Hai. O restaurante apresenta uma programação que é muito apreciada: jantar, incluindo show ao vivo com danças e músicas típicas do folclore das ilhas do Pacífico Sul.
O restaurante fica no aristocrático bairro Las Condes. Tem decoração esmerada, com muitos moais ( enormes estátuas das ilhas de Páscoa), criando uma atmosfera que remete à magia e ao encanto da Polínésia.
Gostamos muito da apresentação que , por sinal, começou com um show de músicas ao vivo e adivinhem! Com que música? Com a nossa “ Wave”, de Tom Jobim, cantada, por uma senhora nativa, em português, com forte sotaque espanhol.
O jantar foi servido por um atencioso garçon e constatamos com alegria que haviamos acertado na escolha dos pratos: a comida era, simplesmente, saborosa.
No local, que estava lotado, havia representantes de diversas nacionalidades. Na mesa ao lado dois casais da Rússia, no canto, em uma mesa grande, composta especialmente para isso, um grupo de mais de cinquenta pessoas, procedentes da Indonésia, conforme depois soubemos pela informação do apresentador do show.

Santiago do Chile a pé

Foi fácil nos deslocarmos a pé para conhecer os principais pontos turísticos em Santiago que ficavam muito próximos do nosso hotel. Ainda nesse mesmo dia, e nos outros dias em que permanecemos em Santiago, como foi bom sair do hotel e andar alguns minutos e já estávamos em algum desses locais : Palácio La Moneda ( Foto, vendo-se o autor), Museu Pré-Colombino; Igreja de São Francisco, Correios,
,Museu Histórico Nacional, Praça de Armas,Mercado Central,Catedral,
Museu de Belas Artes e Parque Florestal, concebido nos moldes dos parques europeus. ( Lembra o Jardin des Tuileries, parque parisiense, situado na margem direita do rio Sena).
O Parque Florestal fica próximo ao Museu de Belas Artes. Daí porque depois de fazer visita a este museu, decidimos caminhar pelo parque - onde muitas pessoas circulavam com crianças, ou com seus cachorrinhos- para conhecer o Cerro San Cristóbal, que se situa aos pés do bairro boêmio Bellavista, próximo. Ao longo do percurso pudemos ver o rio Mapocho ( que significa “ água que penetra na terra”) que corre ao lado do parque e que banha a área metropolitana de Santiago. Logo chegamos na rua Pio Nono, no centro do bairro e ao funicular do Cerro San Cristóbal. Tomamos esse curioso transporte e chegamos ao ponto culminante do Cerro para ver a bonita estátua da padroeira da cidade, a Inmaculada Concepción, que se ergue majestosa no cume da elevação como a abençoar a cidade . Ficamos nesse local durante cerca de três horas, conhecendo os diversos pontos de atração desse local, inclusive uma capela feita em pedra. Da altura do Cerro descortina-se uma paisagem da cidade, lá embaixo, privilegiada. Por sorte a visibilidade nesse dia estava ótima e nós pudemos apreciar demoradamente o visual lindo.
Por falar em Cerro, existe outro que conhecemos e que tem seus atrativos peculiares, trata-se do Cerro Santa Lucía que fica no centro da cidade.Embora essa elevação seja bem menor que o Cerro San Cristóbal, e possa ser alcançada a pé, sem ajuda de funicular, é também muito interessante, configurando-se em um local aprazível e bom para se “ bater” fotos.

CHILE

CHILE

Oh Chile, largo pétalo
de mar y vino y nieve,
ay cuándo y cuándo
ay cuándo
me encontraré contigo,
enrollarás tu cinta
de espuma blanca y negra em mi cintura
desencadenaré mi poesia
sobre tu território
- Pablo Neruda, Cuándo de Chile.

O relógio marcava 11:20 quando o boeing 727 pousou no Aeroporto Arturo Merino Benitez, em Santiago do Chile.Foram percorridos 2.600 km de São Paulo para Santiago em 3 horas e 45 minutos de vôo. O translado do aeroporto ao hotel nós adquirimos ao chegar, sem problemas. Optamos pela companhia Transvip , que presta esse serviço em vans coletivas mais barato do que o taxi comum. Cobrou 6.000 pesos chilenos, por passageiros.É um serviço de boa qualidade,conforme constatamos. O tempo gasto no translado foi cerca de meia hora até o hotel que se situa no centro de Santiago: Rua Morande com rua Catedral. Ao longo do percurso, pudemos observar os colegas de viagem na van. Chamou atenção duas moças que falavam italiano e que, por sinal, não deram trégua à conversa durante todo o percurso. Enquanto a van se deslocava através da Costanera Norte,nós apreciávamos a paisagem. Cidade simpática, com o trânsito fluindo bem. A cidade mostrava-se limpa e com aspecto agradável Fazia um frio de 11 gráus e o dia estava muito bonito, bem iluminado. As primeiras impressões foram positivas e isso fez com que gostássemos da cidade, de imediato. Mais adiante, quando conhecemos o local privilegiado do nosso hotel, que estava encravado no centro da cidade, tivemos a oportunidade de confirmar isso.
A foto ao lado mostra uma perspectiva de nosso hotel, com destaque para a cúpula da Catedral e o antigo Congresso.
Santiago foi fundada em 1541 por Don Pedro de Valdivia, colonizador espanhol e está situada no Vale Central Chileno,rodeado de montanhas que restringem a circulação dos ventos. Ao leste fica a intransponível barreira dos Andes. A oeste, a Cordilheira da Costa. Porisso, Santiago sofre de problemas de poluição atmosférica, que são especialmente graves durante o inverno. Na maior parte do ano, Santiago fica coberta por uma névoa densa, semelhante ao célebre fog londrino.
O clima é caracterizado como "mediterrâneo seco".
Santiago tem uma altitude média de 567 metros. A área metropolitana tem cerca de 5 milhões e 500 mil habitantes, bem menor que a área metropolitana de São Paulo, com quase 20 milhões e da área de Buenos Aires, com pouco mais de 13 milhões.
Santiago é considerada a terceira cidade da América latina em qualidade de vida, situando-se, logo depois de Montevidéu e Buenos Aires.
Tem sua importância política realçada no cenário mundial por sediar uma atuante agência da Organização das Nações Unidas- ONU, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe- CEPAL, fundada em 25 de fevereiro de 1948.
Depois de tomar hotel, obter informações de como chegar ao terminal de ônibus inter-municipal, Terminal Alameda, fomos comprar as passagens para Puerto Montt.Embora só fossemos embarcar depois, tínhamos que adquirir essas passagens com antecedência para garantir a nossa viagem. Com esse objetivo é que nos dirigimos à estação de Metrô, bem próxima do hotel, Estação Plaza de Armas, para nos deslocarmos até o Terminal Alameda.
A rede do Metrô de Santiago possui cinco linhas e permite uma boa cobertura de transporte para os habitantes e visitantes da cidade, conforme percebemos ao examinar o mapa do Metrô fixado em uma das paredes da estação, que por sinal, é limpa e bem cuidada, embora, conforme verificamos depois, o sistema ainda possua muitos trens antigos.
Naquela ocasião, apesar do horário, já havia uma grande movimentação de pessoas circulando pela estação. Compramos as passagens que custou cada uma 480,00 pesos chilenos, e descemos para a plataforma de embarque. Aí aconteceu um fato muito desagradável.
Uma composição do metrô, estava à espera, de portas abertas. Eu disse:-Vamos entrar, vamos apanhar essa. Clarinha ponderou:- É melhor esperarmos a próxima. Mas eu insisti e lá fomos nós adentrarmos o vagão. Ela, um pouco à frente eu, um pouco atrás. Ela entrou e a porta fechou. Eu não pude entrar, apesar de fazer um esforço muito grande para tentar abrir a porta, enquanto o trem saia em disparada.
Fiquei parado ali olhando o trem se distanciar e depois sumir na escuridão do túnel, logo após a plataforma de embarque. O que fazer? Fiquei atônito, não esperava jamais vivenciar essa situação. A minha preocupação é que Clarinha estava sem dinheiro, pois todo o dinheiro que havíamos retirado do caixa eletrônico estava comigo e não sabia se a sua carteira estava com ela.Ainda busquei meu telefone celular no bolso, em um gesto automático, embora já sabendo que a TIM não funciona em Santiago, que tem a cobertura total da CLARO. Subi para a área onde se compram as passagens e fui falar com um dos guardas para saber como devia proceder nesses casos. Este me levou para falar com o gerente da estação . Eu me identifiquei como brasileiro e tentava explicar em um idioma misto de português com espanhol, que “ mi mujer” havia partido no trem, que não foi possível eu entrar. Como ele estava muito ocupado naquele momento pediu-me para aguardar um pouco. Acho que se passaram cerca de vinte minutos até o gerente poder me ouvir. Quando eu tentava- mais uma vez - explicar o meu problema, nisso ouvi a voz de Clarinha - que se aproximava pelo corredor. Foi um encontro emocionado! Ainda bem que o episódio apresentou um final feliz. Ela, inteligente, havia descido na estação seguinte e apanhado a composição que voltava. Então, casais que pretendam conhecer o metrô de Santiago: atenção para não terem que passar por esse tipo de problema, pois o trem não avisa quando vai fechar as portas!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

COMO FAZER OS DESLOCAMENTOS NO CHILE E NA ARGENTINA

Após decisão quanto ao roteiro da nossa viagem ao Chile e Argentina, agora chegara a hora de definir como fazer esse roteiro.
Para chegar a Santiago do Chile saindo de João Pessoa, na Paraíba, a opção foi o transporte aéreo, e com a utilização da nossa pontuação no Programa Tam Fidelidade. Não apenas para a ida, assim como para o retorno a João Pessoa. Como a conclusão de nossa viagem seria em Buenos Aires, marcamos a nossa volta dessa cidade. Tanto na ida quanto na volta estava prevista conexão em Guarulhos, São Paulo.
Resolvida essa parte do nosso deslocamento, era preciso definir como fazer os percursos internos no Chile e na Argentina.
Como chegar a Puerto Montt saindo de Santiago? São mais de mil quilômetros a serem percorridos. Assim, a alternativa aérea parecia ser a mais recomendada.Porém, o preço da passagem aérea quando comparada com a passagem de ônibus de linha, era muitas vezes maior. Procuramos saber a qualidade dos ônibus, do serviço e das estradas chilenas, para tomar uma decisão.Todas as informações que obtivemos foram favoráveis à utilização do ônibus. Tentamos adquirir as passagens ainda no Brasil, pela Internet. Tentamos muito, mas foi impossível, pois os sítios das empresas rodoviárias chilenas que fazem esse roteiro, não permitiam a conclusão da compra. Tivemos que viajar sem uma certeza de como faríamos esse deslocamento. Será que pessoalmente seria complicado adquirir as passagens? A primeira providência que tomamos quando chegamos em Santiago foi procurar adquirir essas passagens no Terminal Alameda, uma das estações rodoviárias de Santiago.Ainda bem que a tarefa foi extremamente fácil. Pagamos com cartão de credito e não foi exigido nenhum tipo de documento.
E de Puerto Montt até Bariloche? É bom lembrar que você vai sair do Chile e atravessar a fronteira para entrar na Argentina, o que vai exigir tempo para os procedimentos burocráticos. Fazer aéreo? É sem dúvida uma opção boa para quem está com pouca disponibilidade de tempo na viagem. Porém, nesse escolha deve-se considerar que o percurso está cheio de lindíssimas paisagens, que são imperdíveis. Existe uma empresa que é especializada em transportar passageiros nesse roteiro. Ao custo de duzentos e trinta dólares por pessoa, você pode fazer a travessia dos lagos andinos. São trechos feitos em ônibus e trechos feitos em barcos.Compramos as passagens aqui no Brasil, pela internet, sem problemas. Você pode optar em começar a viagem por Puerto Montt ou Puerto Varas, pelo mesmo preço. Como havíamos reservado hotel em Puerto Montt, a nossa travessia dos lagos, iniciou-se nessa cidade.
Restava agora a definição do deslocamento de Bariloche para Buenos Aires. Como fazer esse percurso de mais de 1.800 km? Embora o ônibus de linha demore cerca de 24 horas de viagem, optamos por esse meio de transporte. A decisão revelou-se a mais indicada, como depois pudemos perceber.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Chile e Argentina

Um bom roteiro de viagem é conjugar visita ao Chile e à Argentina. Foi o que fizemos Clarinha e eu, no período de 28 de março a 13 de abril de 2011.
Permanecemos 5 dias em Santiago. Depois, viajamos mais de 1.000 km ao sul de Santiago e chegamos em Puerto Montt, onde ficamos 3 dias. De lá foi muito fácil conhecer Puerto Varas, que fica bem próximo de Puerto Montt, menos de 30 km. Uma tarde foi suficiente para conhecer essa cidade que fica às margens do Lago Lhanquihue.Cumprida essa parte da viagem que possibilitou uma visão bem interessante do Chile, entramos na Argentina.
O lugarejo chileno chamado Peulla, abriga a Aduana chilena, onde fizemos os procedimentos de praxe, de saída do Chile. Viajamos mais alguns quilômetros e chegamos na Aduana portenha, para os procedimentos de entrada na Argentina.
A travessia dos lagos que começa em Puerto Montt e termina em Bariloche - foi feita em um único dia. Saímos às 7:00 horas e chegamos em Bariloche às 20:00 horas.
A nossa permanência em Bariloche foi de 3 dias. Em seguida fomos para Buenos Aires, onde permanecemos 5 dias.